A globalização é um dos processos de integração económica, social, cultural e espacial dos países do mundo no fim do século XX. É um fenómeno observado na necessidade de formar uma “Aldeia Global” que permita maiores ganhos para os mercados internos já saturados.
As sociedades do mundo estão em processo de globalização desde o início da História. Mas o processo histórico que se denomina Globalização é bem mais recente (o próprio fim da Segunda Guerra Mundial, desencadeou uma necessidade de globalização).
As principais características da Globalização são a homogeneização dos centros urbanos, a expansão das corporações para regiões fora de seus núcleos geopolíticos, a revolução tecnológica nas comunicações e na electrónica, a reorganização geopolítica do mundo em blocos comerciais regionais, a hibridação entre culturas populares locais e uma cultura de massa supostamente "universal", entre outros. É exactamente desta última que vamos falar.
A globalização cultural é tomada como ideologia fundamental de um plano de instrução de formação, que resultará na configuração de um mundo integrado e organizado no modelo de um gigantesco “Estado-Nação”. Essa visão é polémica internacionalmente.
Um grupo de restaurantes Mc.Donnald's em Cuba, e charutos cubanos, puros, à venda em tabacarias na Europa, são alguns dos sonhos visionados pelos defensores da Globalização Cultural. Mas quão tangível e moral será essa intenção?
Imensas pessoas e entidades (governamentais e não governamentais) começam já, um pouco por todo o mundo, a apelar ao nacionalismo em defesa da noção patriótica tradicional de "Estado" como sendo, obrigatoriamente, um recipiente único e homogéneo dos mesmos costumes derivados da mesma história e identidade.
Quem nunca ouviu falar no ressurgimento da extrema-direita por todo o mundo? Partidos Nacionalistas surgem por toda a Europa, como que de um grito de revolta face ao "sonho globalizador cultural" se tratasse. Não creio que lhes seja de todo ilegítimos tais protestos, compreendendo a revolta de um Estado Francês cujas portas foram escancaradas face a uma imigração descontrolada (mas economicamente necessária). Mas quem abriu as portas? Seria mesmo a imigração massiva a única solução para os graves problemas demográficos franceses? E quem é o culpado dessa quebra demográfica de mão à palmatória? Ficam assinaladas algumas questões para discussão futura.
Pessoalmente, não acho que um Starbucks posicionado no centro histórico do Porto venha destruir a nossa coesão e património culturais, mas certamente que o esquecimento de factores culturais próprios poderá vir a ter efeitos nocivos nessa temática (e.g. a nossa música tradicional). Deveremos por isso preocupar-nos com o que merece preocupação e esquecer o que é inofensivo e desprezável (em termos de efeito contra-costume). Se os portugueses quiserem, teremos uma "Big Feijoada" no Mc.Donnald's, do mesmo modo que já tivemos as Mc.Sopas disponíveis para venda em qualquer estabelecimento do palhaço Ronnald. Se o povo quiser X, os empreendedores (à priori) dar-lhes-ão X.
É preciso que se perca o paradigma de que a Globalização Cultural é mais um monstro de dentro do armário. Se o for, certamente que será do tamanho que os cidadãos quiserem.
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